quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

GREVE: O caminhoneiro é o único que pode mudar a própria situação

Nos últimos dias temos visto diversas notícias de greves isoladas de caminhoneiros estourando pelo Brasil. De acordo com o que se vê nas redes sociais, o movimento de greve deve crescer muito nos próximos dias. Mesmo que ainda sejam paralisações isoladas, as reivindicações são sempre as mesmas, e duas delas ecoam com mais força: custo do combustível e o baixo valor do frete.

O transportador brasileiro, tanto empresário quanto autônomo, acabou se rendendo ao mercado e, por causa da grande concorrência, perdeu muito no valor do frete. Muitas vezes, para não perder uma carga ou um contrato, o valor do frete é pequeno, e isso gera um ciclo vicioso que faz com que o frete esteja sempre mais baixo. Diferente do preço do combustível, que sofre aumentos constantes, como o reajuste no início do mês, e que pode aumentar ainda mais, visto os prejuízos da Petrobrás.

Desde 2013 vemos a indignação popular saindo do bate-papo e ganhando as ruas. Neste ano, nas redes sociais, são dezenas de grupos se organizando em protestos, principalmente contra os governos federal e estadual por causa de educação, saúde e segurança, aumento de impostos e outros.

Com os caminhoneiros não é diferente. Esse último aumento do preço do combustível foi o estopim do que poderá ser a maior greve do transporte rodoviário do país, porque muitos caminhoneiros almejavam uma greve há anos, pelas mesmas duas razões deste ano: preço dos combustíveis e valor dos fretes.

O transporte rodoviário é uma das engrenagens motrizes do país. Pelo menos 60% de tudo o que é produzido é transportado por rodovias até chegar ao consumidor, e essa é uma realidade que não pode ser mudada a curto e médio prazo. O caminhão vai continuar sendo a potência no transporte por muitos anos ainda, por faltas de investimentos em ferrovias, hidrovias e outras formas de transporte.

Com essa força na economia do país, qualquer alteração nos custos do transporte é sentida imediatamente no bolso do cidadão, que depende do transporte rodoviário para comer, vestir e fazer tudo o que faz.

Infelizmente os caminhoneiros, mesmo sabendo da força que tem, não conseguem se unir, encontrar um ponto comum onde possam se apoiar, não conseguem uma voz para se fazerem escutar. Um representante dos caminhoneiros, que se entregasse a causa dos caminhoneiros e não se vendesse por nenhum valor, seria o primeiro passo para conseguir se fazer com que o caminhoneiro fosse ouvido pelo governo e pela sociedade. Os sindicatos, que deveriam se fazer a voz dos trabalhadores, acabam sendo omissos no caso dos caminhoneiros, que dizem não se sentir representados por essas entidades.

É grande a necessidade de uma greve dos transportes. O caminhoneiro é o trabalhador que mais morre, que tem menos segurança, e trabalha em condições muito indignas, além de ter que pagar do próprio bolso os prejuízos que lhe são causados diariamente nas estradas.

A greve é necessária, e pode realmente acontecer. Só vai depender do caminhoneiro parar seu caminhão, e de forma pacífica e direta, se fazer ouvir pelos governantes. Por isso, converse, se organize, pare seu caminhão se achar necessário, mas nunca deixe de lutar pelos seus direitos!

Texto: Blog do Caminhoneiro
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